UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
RENATA DE ALENCAR NOGUEIRA
INSCRIÇÃO: N° 21091
TEMPO DECORRIDO ENTRE O DIAGNÓSTICO E A NOTIFICAÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM TERESINA: O PRIMEIRO ENTRAVE NO CONTROLE DA DOENÇA
LINHA DE PESQUISA: GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE
TERESINA
2014
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a importância da leishmaniose visceral reside não somente na sua alta incidência e ampla distribuição, mas também na possibilidade de assumir formas graves e letais quando associada ao quadro de má nutrição e infecções concomitantes. A crescente urbanização da doença ocorrida nos últimos 20 anos coloca em pauta a discussão das estratégias de controle empregadas (MONTEIRO et al,2005). . Os agentes etiológicos da Leishmaniose visceral (LV) são protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania, parasita intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear, co uma forma flagelada ou promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou amastigota nos tecidos dos vertebrados. A leishmania (leishmania) chagasi é a espécie comumente isolada em pacientes com LV (BRASIL,2006).
O mais importante reservatório natural relacionado com casos humanos é o cão que vem sendo apontado como reservatório da doença. Esse hospedeiro apresenta variações no quadro clínico da doença, onde animais aparentemente sadios passam a ser oligossintomáticos podendo chegar a estágios graves da doença, com intenso parasitismo cutâneo. Assim, o cão representa uma fonte de infecção para o vetor, sendo um importante elo na transmissão da doença para o homem (MONTEIRO et al, 2005). A infecção do vetor ocorre pela ingestão, durante o repasto sanguíneo, de amastigotas de Leishmania spp existentes no interior dos macrófagos, células do Sistema Mononuclear Fagocitário, presentes na pele do hospedeiro infectado. Na porção média do tubo