Univasf
Mohanty(1995), Patton(1995) e Mouffe(1995), compartilham também da visão pós moderna da concepção de identidade, uma vez que a visão essencialista acaba por não considerar as diferentes influencias históricas, culturais e sociais sofridas pelos indivíduos. É interessante perceber isso pois, a concepção essencialista traz uma visão bastante universal, como a da mulher trazida no texto, que mostra as mulheres como sendo iguais, universais, sem distinção cultural, étnica, histórica, ou seja só o fato de nascer fisicamente mulher, gene diferente do homem, a conceituaria como mulher e passaria a compartilhar os mesmos ideais de todas as outras mulheres.
É obvio e claro que existe uma limitação nesse tipo de pensamento, uma vez que podemos até admitir que ninguém sofre uma opressão tão prolongada ao longo da história como a mulher, porém não podemos deixar de levar em conta que essa opressão se deu e ainda se dá de forma bastante diferenciada frente as diversas experiências históricas e culturais vivenciadas por mulheres em diferentes partes do mundo, por exemplo em países da África as mulheres são mutiladas com a supressão do clitóris (o filme Flor do Deserto retrata essa realidade), censuradas em países islâmicos onde são proibidas de exibir o rosto, subjugadas como escravas e prostitutas em regiões da Ásia, deploradas como filha única por famílias chinesas, enfim diversas são as experiências vividas por elas e em consequência, diversos também serão os seus ideais de luta política.
No Brasil por exemplo o movimento feminista se une para lutar a favor da legalização do aborto, em outros países onde o aborto já é permitido ou ao menos aceito em mais casos, não faz sentido lutarem em prol desse ideal, com certeza o movimento tem outras prioridades, e ao se falar em prioridades, voltemos ao caso das mulheres que sofrem mutilações físicas em países africanos, por conta de crenças e religião, acredito que as suas lutas políticas não