Unificação cultural votorantim
A Votorantim é uma das maiores organizações brasileiras em volume de receitas e investimentos e número de funcionários. Em 2007, por exemplo, a empresa ocupava a quarta posição entre os maiores grupos empresariais brasileiros do ranking Melhores e Maiores da Revista Exame. Apesar de já ser um gigante, o grupo Votorantim não parava de crescer e investia fortemente em sua expansão internacional. Graças a isso, a organização diversificou ainda mais suas atividades e aumentou seu peso na economia brasileira. O forte e rápido crescimento, entretanto, ao mesmo tempo que fortaleceu a organização, também trouxe uma série de dificuldades. A empresa não tinha um ‘estoque de líderes’ para suprir sua demanda e precisou recorrer ao mercado, contratando muitos gestores para cargos estratégicos na companhia. Em função disso, a Votorantim correu o risco de perder sua identidade e de ver sua cultura organizacional enfraquecer cada vez mais. Em 2008, por exemplo, três dos cinco presidentes das companhias ligadas à holding Votorantim e 23 dos seus 40 principais executivos haviam sido contratados de outras empresas do mercado. Além disso, a diversificação, em atividades de diversos segmentos, como cimento, celulose, papel e metais, fez que, dentro do grupo, coexistissem culturas organizacionais diferentes. Dessa forma, não se podia dizer que existiam valores e crenças típicos compartilhados pelos membros da organização, já que, entre as unidades da holding, havia diferenças culturais e, além disso, os executivos recém-chegados também não estavam habituados a esses traços culturais, tendo desenvolvido sua carreira em outros ambientes empresariais. Dessa maneira, a Votorantim ia perdendo sua identidade cultural. O grupo que, historicamente, defendia valores como a lealdade e a confiança, via-os desaparecer nesse novo e complexo cenário. As relações interpessoais, muitas vezes patriarcais, ente funcionários, gestores e acionistas que exerciam