umbanda
Introdução
No atual contexto histórico e social é notável o aumento do número de adeptos das religiões afro descendentes. Em contrapartida, existe um preconceito pelos próprios praticantes de tais religiões em assumi-las. A umbanda conhecida nos dias atuais tem sua origem relacionada à manifestação em um templo espírita, do “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, por Zélio Fernandino de Moraes. A partir destas manifestações espíritas, juntamente com os elementos religiosos de matrizes africanas e indígenas, seus adeptos começaram a defendê-la e proferi-la com o objetivo de tornar esta prática uma nova religião. Ortiz (1999) destaca que a umbanda é uma religião que, constituindo-se de várias práticas, tenta se firmar como brasileira no bojo das transformações socioespaciais que ocorreram no país a partir do início do século XX. O discurso umbandista, segundo ORTIZ (1999, p.162) vai ser legitimado em um contexto onde os valores de uma sociedade urbana industrial vão orientar a reinterpretação das práticas de origem afro-brasileiras. O objetivo deste trabalho é evidenciar as práticas umbandistas desde sua origem até a atualidade, bem como expor as diferenças e semelhanças de suas práticas com as de outros segmentos religiosos, uma vez que surgem constantes questionamentos a respeito de sua ligação com a macumba, magia negra e outros segmentos, dada a dualidade dos rituais praticados nos terreiros e também mostrar a contribuição dos umbandistas com as questões ambientais, visto que estão constantemente ligados a trabalhos cujo intuito seja a conservação da natureza.
História e formação
Origem
A Umbanda surgiu no Rio de Janeiro, no século XIX, como uma fusão das doutrinas religiosas dos cultos africanos como o candomblé, o catolicismo e o espiritismo. Do candomblé, a Umbanda incorporou alguns orixás e sua mitologia, em geral oriunda da Nigéria, mais precisamente da região de Ifé, grande centro religioso daquele país.