UMA TEMPORADA COM LACAN
FAE – Centro Universitario Curso de Psicologia, Materia: Bases Psicanalíticas Da Personalidade, 6º período sala 2
Alunos: Mariana do Pilar Rosa Dias.
CURITIBA
2014
UMA TEMPORADA COM LACAN
No livro Uma temporada com Lacan, Pierre Rey retratando o seu percurso de análise escreve: "Há anos que corria atrás da minha própria sombra. Precisava tomar fôlego. Ainda não sabia o que desejava, embora já tivesse pagado caro para descobrir o que não queria mais.". Rey pede uma hora a Lacan. Começa assim uma temporada de dez anos de análise.
As mais diferentes queixas têm levado as pessoas a buscar na psicanálise uma solução para os problemas que as aflige, pois, na maioria das vezes, a convivência com o sintoma tornou-se insuportável. Muitas fantasias permeiam esta procura e uma delas é a crença que existe alguém que detém um saber, chave mestra para suas aflições. A partir desta relação paciente-analista é aberto um espaço para a escuta, onde o paciente ao falar pode transformar sua queixa em demanda de análise.
Na busca dos conteúdos inconscientes contidos no sintoma, Freud estuda a repetição que aparece na relação transferência e no decorrer da análise, percebendo-a como uma maneira de recordar, aquilo que escapa à apreensão consciente. O paciente repete ou atua seus conteúdos reprimidos, repete seus sintomas no curso do tratamento, a sensação de piora é inevitável. Recorda repetindo o que pode viabilizar a consciência do material reprimido.
A tonalidade amorosa da relação transferência torna-se um ingrediente fundamental para seguir adiante aliada a uma dose de coragem. Afinal, as repetições nesta relação proporcionam ao paciente a possibilidade de escutar seu próprio desejo e conquistar um saber sobre sua escolha objeto e as fantasias tecidas que a esta se entrelaça. A possibilidade de uma nova partida se esboça entre o ranço do velho e outro devir onde a falta de chão é o