Uma reflexão acerca da relação entre antropologia e educação
Considerando a antropologia e a educação como instrumentos de reflexão da sociedade moderna, este trabalho propõe uma análise da relação entre ambas a partir do artigo “Um saber de fronteira – entre a Antropologia e a Educação da Professora Tânia Dauster, publicado em 2003.
Sabemos que a Antropologia é uma disciplina científica e seu foco de estudo é o homem e a sua cultura. Mas afinal o que é cultura? De acordo com Dauster, o termo cultura a partir do enfoque antropológico de Tylor (1871), inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e as outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade, já para Geertz (1978), cultura são as vivências, as teias que o próprio indivíduo teceu. E a relação que existe entre os conceitos de cultura destes dois autores ao conceito de etnocentrismo é que ambos são focados nas próprias experiências vividas pelo homem em seu meio.
Segundo Dauster, a discussão da cultura e da diversidade cultural em tempos de globalização faz parte da sociedade complexa, considerando-se tanto os grupos étnicos como outras diferenças que podem ser examinadas, em função de geração, de gênero e de classe. No contexto global os desafios propostos à antropologia no que tange a interpretação dos significados culturais é que temos que pensar a cultura e a diversidade cultural segundo a autora, por outra ótica. No lugar de pensarmos em termos de espaços sociais, e fronteiras bem delineadas, confrontamos um mundo com maneiras de viver distintas, que se misturam e se interpretam tal qual uma colagem, cujas bordas são irregulares e moventes. Tal contexto, para ser entendido, demanda um exercício discriminatório constante, tendo em vista situar os elementos que configuram as colagens e suas intermediações. Requer a percepção das relações entre os elementos, as mediações, assim como seus sentidos identitários, mesmo que fluidos. Exige,