Uma parte dotexto: samuel huntington, o choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial. rio de janeiro: objetiva, 1996, pp. 396-405.
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Todas as civilizações passam por processos análogos de surgimento, ascensão e declínio. O Ocidente difere de outras civilizações não na maneira como se desenvolveu, mas no caráter próprio de seus valor e instituições. Aqui se incluem principalmente seu Cristianismo, pluralismo, individualismo e império da lei, que tornaram possível para o Ocidente inventar a modernidade, expandir-se por todo o mundo e tornar-se alvo da inveja de outras sociedades. No seu conjunto, essas características são peculiares ao Ocidente. Como disse Arthur Shlesinger Jr., a Europa “ é a fonte – a fonte singular” das idéias de liberdade individual (...) Essas são idéias européias, não idéias asiáticas, nem africanas, nem do Ocidente Médio, a não ser por adoção”. Elas tornam a civilização ocidental única, e a civilização ocidental é valiosa não por que seja universal, mas por que é única. Conseqüentemente, a responsabilidade principal dos lideres ocidentais não é a de tentar reformular outras civilizações à imagem do Ocidente, o que está fora do seu poderio em declínio, mas preservar, proteger e renovar as qualidades únicas da civilização ocidental. Como os Estados Unidos são o mais poderoso país ocidental, essa responsabilidade lhes cabe de forma absolutamente preponderante.Para preservar a civilização ocidental ante um poderio ocidental em declínio, é do interesse dos Estados Unidos e dos países europeus: conseguir maior integração política, econômica e militar e coordenar suas políticas de modo a impedir que Estados de outras civilizações explorem as diferenças entre eles; incorporar à União Européia e à OTAN os países ocidentais da Europa Central , ou seja, os países da Visegrad, as república bálticas, a Eslovênia e a Croácia; estimular a “ocidentalização” da America Latina e, no Maximo que for possível, um estreito alinhamento dos países latino-americanos com o Ocidente; restringir o desenvolvimento do poder militar convencional e não-convencional dos países islâmicos e