Uma Onda no Ar
Uma onda no ar fala sobre a criação desenvolvimento da Rádio Favela de Belo Horizonte. A rádio pirata entrava no ar todos os dias no horário do programa estatal O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo também inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a repressão policial para a extinção da rádio. Jorge, um dos idealizadores da Rádio, que é negro e morador da favela, acaba sendo perseguido e preso pela polícia.
Com a criação da rádio começa uma história de luta, resistência cultural e política contra o racismo e a exclusão social, em que a população da favela encontra uma importante arma: a comunicação. Com uma programação corajosa e uma linguagem espontânea, a Rádio Favela conquistou um grande número de ouvintes e repercutiu muito além do alcance de suas ondas.
O filme nos passa inúmeras reflexões a respeito da exclusão social no país. O racismo, mascarado pela idéia de que no Brasil não existe preconceito racial e a própria condição de exclusão, da qual ainda partilha boa parte da população negra, foram alguns dos principais motivos que estimularam a iniciativa da criação da rádio. Uma onda no ar nos permite ainda a reflexão de que o preconceito racial gera uma situação de auto-preconceito, os negros sentem-se e são excluídos pela sociedade, o que acaba por gerar o preconceito entre eles mesmos. E isso é bem evidente no filme com passagens como “é só mais um preto falando”.