Uma Linguagem Acessível
A grande dificuldade, hoje, para a maioria dos operadores do direito é, sem dúvida, a comunicação através da palavra escrita, ou seja, expressar-se com clareza e objetividade, utilizando nos seus textos ou peças, uma linguagem de fácil entendimento. E isso tudo é reflexo da grande carência de profissionais com um bom nível de leitura, vale dizer, não se ler mais como antigamente. A pessoa que ler muito, quase que diariamente, tem mais facilidade para escrever, para ser entendida nas suas peças, nos seus arrazoados, podendo se concluir que expressar-se com precisão, com clareza, é requisito básico para uma comunicação, para se alcançar um nível de entendimento do pedido, das suas ideias ali expostas. Ao redigir as peças, o advogado, como qualquer outro operador, precisa ser conciso, pragmático, claro, de modo a não incorrer em petições e recursos enfadonhos e cansativos, que, na maioria das vezes, da narrativa dos fatos, não se chega a uma conclusão lógica do que pretende o narrador, trazendo dificuldades para o receptor ( o Juiz). A poetisa ou poeta, como queiram na nova acepção da palavra, escritora e jornalista carioca CECÍLIA MEIRELES, sobre o tema da comunicação, pontificou :
“A palavra é a porta de entrada para o mundo”, devendo o advogado atravessá-la por meio de uma linguagem satisfatória. Às vezes, a pessoa sabe se expressar oralmente, proferindo discursos inflamados, mas na hora de escrever, deixa muito a desejar, incorrendo em erros gramaticais primários, grosseiros, que acabam por enodar o texto produzido. O advogado deve sempre usar a linguagem denotativa, traduzindo a realidade dos fatos, evitando a figurativa, irreal ou conotativa, que possa ensejar uma interpretação dúbia ou diferente daquilo que, na verdade, desejava exprimir o texto. O escritor mineiro GUIMARÂES ROSA, fora um perfeccionista da palavra e da linguagem escorreitas, e ao declarar que “o idioma é o espelho da personalidade”, demonstra que o