Uma leitura psicodramática sobre o amor
Trabalho para o curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras – Campus Metropolitana – Londrina -
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (1524-1580)
Os gregos faziam uso de três palavras para definir amor. Para eles, o amor poderia ser amor-eros, aquele amor sensual, possessivo, egoísta. O amor-agape, um amor voluntarioso, sagrado, imaculado, que sai de si mesmo em beneficio do outro. Agape é perdão, aceitação, serviço em favor do outro, negação de si mesmo, amor incondicional, amor angélico. Entre agape e eros, tem o amor-Philia, é o amor amizade, o amor bem querer, nascido da simpatia mútua e crescido na fidelidade. É o amor que tem algo de altruísmo no bem querer e algo do egoísmo ao exigir algumas condições para esse bem querer. Desde a Grécia Antiga vivemos sob amparo do amor romântico, e seu fruto é o amor idealizado. Fazendo-se presente em nosso imaginário coletivo, vencendo o tempo e a história sendo atualizado a cada nova geração. O ideal do amor romântico é oriundo do discurso de Aristófanes no banquete de Platão. Platão, neste discurso, fala que em uma era antiga os seres eram duplos, completos. “Cada homem constituía um todo de forma esférica, com as costas e os flancos arredondados; tinham quatro mãos, o mesmo número de pernas, dois rostos idênticos num pescoço perfeitamente redondo, mas uma cabeça única para o conjunto destes dois rostos opostos um ao