Uma História de Classes A história Brasileira registrou os primeiros momentos em que parcelas da população começaram a se reconhecer integrantes de uma determinada classe social, com identidade própria e aspirações coletivas. Durante a república velha é possível verificar não só na ação política das elites, mas também em diversos movimentos liderados por segmentos sociais excluídos dos processos de decisão políticas então vigentes. A República Velha foi marcada pelo controle político exercido sobre o Governo Federal pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural mineira, na conhecida “política do café com leite”. Foi nesse período ainda que se desenvolveu mais fortemente o coronelismo, garantindo poder político regional às diversas elites locais do país. Os capitais acumulados com a exportação do café garantiram o início da industrialização do país, servindo assim para o surgimento das desigualdades sociais. A Maioria da população brasileira vivia no meio rural. Mas em 1920, 63% das terras cultivadas no Brasil pertenciam a 4,5% dos proprietários. Nesse ano, os trabalhadores rurais trabalhavam como empregados nas grandes fazendas ou como pequenos proprietários de terras praticando agricultura de subsistência. Eram submetidos a uma intensa exploração e viviam num circulo vicioso que os impedia de melhorar suas condições de vida. O surgimento da consciência camponesa iniciou-se a partir da Revolta do Contestado e Canundos, os quais reivindicavam direito à terra, que até então era propriedade da elite. Esses manifestos foram duramente reprimidos, Muitas pessoas foram mortas. O governa pensou ter resolvido o problema da reforma agrária, agindo brutalmente abafando os movimentos e liquidando todos os participantes. Enquanto isso, nas cidades, a economia brasileira modernizava-se lentamente.