Uma discussão célebre
Osane propôs um governo do povo, onde "os cargos públicos são distribuídos pela sorte; os magistrados precisam prestar contas do exercício do poder; todas as decisões estão sujeitas ao voto popular. ", de modo que não se instale a monarquia, sujeita aos defeitos do homem, tais como prepotência e inveja, tornando-se, assim, um homem desrespeitável e tirano.
Megabises rejeita a proposta ao afirmar que o povo é incapaz de administrar tamanha responsabilidade e que isso caberia aos melhores homens:
"A massa inepta é obtusa e prepotente; nisto nada se lhe compara. De nenhuma forma se deve tolerar que, para escapar da prepotência de um tirano, se caia sob a da plebe desatinada. Tudo o que faz, o tirano faz conscientemente; mas o povo não tem sequer a possibilidade de saber o que faz. [...] quanto a nós, entregaríamos o poder a um grupo de homens escolhidos dentre os melhores - e estaríamos entre eles. É natural que as melhores decisões sejam tomadas pelos que são melhores.” (BOBBIO, Norberto, 2001, p.40)
Em contraponto, Dario manifesta sua opinião em defesa da hegemonia monárquica, ao passo em que critica a oligarquia e a democracia, formas de governo suscetíveis a falhas do caráter humano e coletivo:
“Entre as três formas de governo, todas elas consideradas no seu estado perfeito, isto é, entre a melhor democracia, a melhor oligarquia e a melhor monarquia, afirmo que a monarquia é superior a todas. Nada poderia parecer melhor do que um só homem - o melhor de todos; com seu discernimento, governaria o povo de modo irrepreensível; como ninguém mais, saberia manter seus objetivos políticos a salvo dos adversários." (BOBBIO, Norberto, 2001, p.40)
“Numa oligarquia, é