UMA DISCUSS O CELEBRE
O capítulo é uma discussão imaginária de Heródoto acerca as formas de governo defendidas por três irmãos persas, Otanes, Megabises e Dário, após a morte de seu rei. Ao longo da discussão, trazem argumentos que tanto sustentam a forme de governo que propõem como criticam solidamente as demais formas de governo.
Otanes é a favor da democracia, cujos governantes seriam escolhidos aleatoriamente, assegurando a igualdade entre todos. Argumenta, também, contra a monarquia, assegurando que nem o melhor dos homens deixaria de ser desviado de seu caminho normal quando em posse de grandes riquezas, o que geraria inveja e prepotência. Parafraseando Otanes com o que acha de mais grave em um governo monárquico, “o monarca subverte a autoridade dos pais, viola as mulheres, mata os cidadãos a favor de seus caprichos”.
Megabises, de outra forma, acredita que o governo de poucos, oligarquia, é a melhor forma de comando. Discorda de Otanes quanto a democracia, pois acredita que a massa popular inepta é obtusa e prepotente. O poder, para ele, deve ser entregue aos melhores homens, dentro dos quais estaria incluso.
Dário, em contrapartida, defende a monarquia como melhor forma de governo – “só um homem, o melhor de todos, com seu discernimento, governaria o povo de maneira irrepreensível; como ninguém mais, saberia manter seus objetivos políticos a salvo dos adversários”. Afirma que tanto a oligarquia quanto a democracia levam à corrupção e à inimizades. O autor opina, ao final do texto, que tanto a oligarquia e a democracia são formas frágeis de governo. A primeira é pela facilidade que um grupo de fragmenta em facções e pela falta de um líder único. A segunda é pelo temor de que haja “sólidas alianças entre os malfeitores”. Assim, mesmo que por razoes opostas, o governo de poucos ou muitos não são estáveis. Justamente pela corrupção, eles geram a única forma boa de governo: a monarquia, que inevitavelmente, é a melhor forma de assegurar a estabilidade do