Uma crítica sobre o filme "400 contra 1"
Theresa Cristina V Bastos
A sociedade atual sofre, cada vez mais, com o aumento da violência, que invade a vida de todos de variadas formas, tanto objetiva como subjetivamente. A história brasileira contracenada no filme 400 contra 1, dirigido por Caco Souza, descreve os anos da ditadura no Brasil. Relata que a organização do Comando Vermelho iniciou-se no presídio de Ilha Grande fazendo arrastões para ficar conhecida através dos noticiários. O personagem do professor é quem define as bases do Comando Vermelho, como a paz, com o intuito de igualar a situação das ruas com a da prisão; a justiça, olho por olho, dente por dente; e a liberdade, baseada na fuga. Aspecto de muita relevância, que destaca uma importante história da ditadura no país, é o fato dos futuros integrantes do Comando Vermelho dividirem a prisão com presos políticos, eivados de ideologias socialistas. Mas por todo o enredo, o objetivo do Comando Vermelho era levantar dinheiro para a fuga da prisão, para comprar armas e agregar mais indivíduos à facção. A intenção sempre foi ampliar as atividades criminosas no país e expandir o Comando Vermelho. A trajetória por si só, veicula um fundo político, quando um dos presos virou deputado federal e outro o líder do Comando Vermelho.
A época do Brasil em que tudo acontecia sob pressão militar, resultou na imensa diferença social hoje existente. O exercício da cidadania foi restringido, sendo reprimidos todos os movimentos de oposição, no que resultaram os presos políticos presentes no filme. Mister destacar que apesar do grande e revolucionário crescimento industrial na época da ditadura, a classe trabalhadora não foi beneficiada, da qual pertencia a maioria da população.
Já a tortura foi uma praxe de reprimenda aplicada para garantir um Estado de ilegalidade. Ser comunista no país era como ser terrorista nos dias de hoje, justificando-se matar e torturar sem pudor, com a justificativa de defender a