Uma análise do filme “Criação” (2009) – A (trabalhosa) construção da identidade
A (trabalhosa) construção da identidade
Luana Poletto,
Aluna do 8º semestre de Psicologia da UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, campus Santa Rosa –RS.
Muitas vezes paramos para refletir a respeito da morte, do amor, sobre “o que nos traz felicidade?”, “para onde vamos?”, “da onde viemos?”. A razão de nos perguntarmos sobre essas questões é porque existe algo nelas que nos provocam incômodo, mal-estar. Quando a resposta para essas perguntas vem á tona por meio dos livros, internet, televisão nos causam espanto, dúvidas, para algumas pessoas não é fácil lidar com novidades. Como as feitas por Nicolau Copérnico, Charles Darwin e por Freud, que trouxeram mudanças drásticas a cultura.
Se para quem fica sabendo de alguma descoberta “incrível” através de leitura ou da tv não é fácil, imagine para quem fez tal descoberta... A resposta de tais questionamentos leva a mudanças que nem sempre são aceitas facilmente.
Darwin sofreu com uma crise existencial ao fazer a descoberta de que somos descentes de primatas e não de uma costela de Adão com diz na Bíblia. Levando as pessoas a ressignificar seus atos e pensamento, buscar novas possibilidades, causando assim, dúvidas – um mal-estar interno.
A crise existencial é a defesa do individuo contra sua própria vontade, seus desejos, sobre o que produziu. Somos todos diferentes, portanto desejamos coisas diferentes – as crises também se manifestam por motivos diferentes.
O drama vivido por Darwin no período anterior a publicação de seu livro “A Origem das Espécies” (1859), vem a ser contado no filme “Criação” (2009). A história do filme foge do campo biológico, ficando mais próximo do psicológico, pois apresenta as crises de consciência e de diálogo interno vivenciados por Darwin. Se detendo muito mais no Darwin ser humano do que no Darwin cientista, fazendo um recorte de sua vida pessoal, e em como esta foi afetada por sua teoria,