Uma Antropologia da História
O funcionalismo revelou que a pesquisa antropológica era um caminho que exigia um duplo movimento: uma viagem de ida, em direção ao “selvagem” desconhecido e confundido em meio a costumes exóticos e irracionais; e uma viagem de volta quando o etnólogo reexamina seus dados e os integra no plano mais profundo das escolhas humanas. Descobre-se então que aquilo que se chamou de exótico ou irracional é apenas a forma clara de um traço conhecido em sua própria sociedade. Só que, entre nós, este traço está escondido.
A pesquisa de Malinowski junto as Ilhas Trobiands fez dele um inovador na forma em coletar dados de campo, a partir dele a pesquisa social adquiriu um caráter mais envolvente com o objeto de pesquisa estudado e o pesquisador passou a participar diretamente do cotidiano social observado. Malinowski dedicou boa parte da vida na observação etnográfica, coletando dados que por ele eram vivenciados, correlacionados e entendidos, influenciando as ciências humanas,
O Kula é um comércio intertribal entre comunidades num largo anel de ilhas. A troca desses artigos é acompanhada de rituais mágico, fixados e regulamentados por convenções tradicionais um costume de troca entre os trombriandeses que envolve um circuito de várias ilhas cujos habitantes ingressam num sistema formal de troca de colares e pulseiras de conchas.
Segue algumas fotos:
Mas qual seria a importância desse enorme trabalho de troca dentro de um circuito com regras sociais estabelecidas? Qual o seu valor? A resposta vem, tipicamente, duma comparação com algo conhecido do próprio antropólogo, algo que faz parte do seu mundo social: as joias da coroa. Malinowski em visita a um castelo de Edimburgo viu as joias da coroa britânica, feias e pesadas.
Foto do Castelo de Edimburgo
Essa visita causou em Malinowski a possibilidade da comparação relativizadora, capaz de elucidar na perspectiva antropológica a mais autêntica, o significado social desses