Um S bado com cara de domingo
Uma quebra de expectativas em relação ao Canções de Apartamento, trazendo um misto de monotonia e minimalismo minimamente brilhantes
Luana Cruz, acadêmica em publicidade e propaganda pela Universidade do Vale do Itajaí
Sábado é o segundo disco do cantor e compositor carioca Cícero, lançado em 2013. O álbum é composto por dez músicas autorais de letras curtas, sem refrões, mas bem elaboradas e ricas em sons instrumentais. O cantor conta com a colaboração de Bruno Schulz na produção e nos arranjos, além de ilustres participações como Marcelo Camelo e Bruno Giorgi, filho do músico Lenine indicado ao Grammy Latino graças à produção de Chão – o último disco do pai. A proposta de Cícero neste álbum é fazer o ouvinte vivenciar um sábado melancólico, mas se parece mais com um domingo aleatório. Afinal, monotonia define bem os domingos. Sem dúvidas, ele rompe com o estilo do primeiro disco: Canções de apartamento; uma ruptura que decepcionou a muitos por trazer um estilo de música simplista, mas que necessita de muita intimidade com o álbum para poder compreendê-lo, ao contrário da primeira discografia.
Sábado foi duramente criticado por parte do público, principalmente os fãs de Canções de apartamento que esperavam algo parecido com o primeiro disco. Porém, o segundo disco parece ter muito mais a essência do cantor que o primeiro, o que foi uma sacada de mestre. Cícero fez do primeiro álbum aquilo que todos querem e estão acostumados a ouvir, e fez do segundo algo totalmente diferente com o qual o público não está acostumado. Ou seja, fez a sua fama com o Canções para que, ao lançar o segundo, houvesse um público que escutaria Sábado por já escutar o seu som. Do contrário, provavelmente suas músicas não teriam causado o mesmo impacto.
A verdade é que as pessoas gostam de um estilo de música “mastigado”, um estilo que você possa ouvir a música apenas uma vez e entende-la perfeitamente; músicas previsíveis com melodias simples e letras