Um testemunho sobre a js – anos recentes
O texto que escrevo visa retratar a Juventude Socialista (JS) através do seu papel em alguns episódios marcantes ocorridos de 2004 até 2010, período durante o qual o Partido Socialista passou de oposição a Governo e algumas propostas defendidas pela JS foram concretizadas. Mais do que caracterizar formalmente a organização ou descrever exaustivamente todos os momentos vividos, eleições ocorridas, ou propostas apresentadas, pretendo explicar a importância da organização através da sua acção.
Em 2004, a JS, que tinha como Secretária-Geral Jamila Madeira, lançou um livro intitulado “Juventude Socialista – 30 anos de Estórias de Portugal e do Mundo”, que procurou descrever toda a história da organização, dos seus protagonistas e das principais lutas políticas, de 1974 a 2004. Deste modo, a minha abordagem corresponderá ao período posterior ao relatado nesse livro.
O período em breve análise
A 17 de Julho de 2004, foi eleito Secretário-Geral da Juventude Socialista Pedro Nuno Santos, com a moção global de estratégia “Uma JS”. O XV Governo Constitucional tinha acabado de terminar o seu mandato por demissão do Primeiro-ministro, Durão Barroso, que seria indigitado Presidente da Comissão Europeia. Como consequência, o XVI Governo Constitucional, com Pedro Santana Lopes como Primeiro-ministro, tomou posse nesse mesmo dia.
O Partido Socialista não tinha líder à data do Congresso Nacional da Juventude Socialista. Ferro Rodrigues tinha tomado a decisão de se demitir, no dia 9 de Julho, na sequência da decisão do Presidente da República, Jorge Sampaio, de se ter recusado a convocar eleições após a demissão de Durão Barroso. Só a 3 de Outubro desse ano é que o PS escolheu como novo Secretário-Geral, José Sócrates.
A JS era a organização de juventude do maior Partido da oposição. A moção aprovada no Congresso, “Uma JS”, assumiu como um dos principais desígnios contribuir para a reflexão ideológica dentro do espaço dos Partidos