Um Punhado De Magia

942 palavras 4 páginas
Um punhado de magia: a vida adivinhada por dentro A Menina do Capuchinho Vermelho foi o meu primeiro amor. Sentia que se pudesse ter-me casado com ela, teria conhecido a verdadeira felicidade. Esta afirmação de Charles Dickens indica que ele, como incontáveis milhões de crianças por esse mundo fora, também foi encantado pelos contos de fadas. Mesmo já célebre Dickens reconheceu o impacto formativo que as fantásticas personagens e as diversas ocorrências dos contos tiveram nele e no seu génio criador. Exprimiu muitas vezes desprezo pelos que, em nome de uma racionalidade desinformada e mesquinha, insistiam em racionalizar, expurgar ou proscrever estas histórias, roubando assim às crianças as importantes contribuições que os contos de fadas podem trazer às suas vidas. Dickens compreendeu que as imagens dos contos de fadas ajudam as crianças, mais do que tudo, na sua muito difícil e todavia importante e satisfatória tarefa: a conquista de uma consciencialização mais madura que ponha ordem nas pressões caóticas do seu inconsciente. Durante a maior parte da história do homem, a vida intelectual da criança (além das experiências mais imediatas no seio da família) dependia de histórias míticas ou religiosas e de contos de fadas. Esta literatura tradicional alimentava a imaginação da criança e estimulava a sua fantasia. Simultaneamente, uma vez que estas histórias respondiam às perguntas mais importantes da criança, constituíam o principal agente da sua socialização. Mitos e lendas religiosas (que com eles estão intimamente relacionados) ofereciam material com o qual as crianças formavam os seus conceitos sobre a origem e a finalidade do mundo e sobre os ideais sociais que poderiam imitar. Tais eram as imagens do invicto herói Aquiles e do astuto Ulisses; de Hércules, cuja história mostrava que não era indigno, mesmo para o mais forte dos homens, limpar a mais repugnante das cavalariças; de São Martinho, que cortou ao meio a sua capa para vestir um

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