Um problemão
É um pressuposto enganoso que o poder e seus correlatos são elementos ativos e só podem ser observados em situações de tomada de decisões. Existe uma área igualmente importante chamada tomada de não-decisões: a prática de limitar o âmbito da tomada real de decisões a questões seguras através da manipulação de valores, mitos, instituições políticas e procedimentos dominantes. Os estudos de caso também são muitas vezes baseados em premissas inexpressas e mesmo incorretas, que predeterminam a descoberta de fatos: origem social, cultural, econômica e política, valores do grupo, pressões exercidas sobre etc.
É necessário um modelo em termos do qual se possam avaliar os determinantes tanto da tomada de decisões quanto da tomada de não-decisões, tendo-se consciência dos conceitos distintos de poder, força, influência e autoridade.
Dizer que o poder é posse ou propriedade de um indivíduo ou grupo é inaceitável por pelo menos três razões: não se está claro que o poder é sobre pessoas ou sobre a matéria, não se pode ter poder no vácuo mas apenas em relação a outras pessoas e finalmente a posse dos instrumentos de poder não é equivalente à posse do próprio poder.
O poder é relacional e não possuído ou substantivo. São três as características relacionais: para que haja uma relação de poder é necessário que haja um conflito de interesse entre duas ou mais pessoas ou grupos, só existe uma relação de poder se B realmente se curva aos desejos de A e finalmente, uma relação de poder só existe se uma das partes pode ameaçar aplicação de