Um novo olhar
Mirela Hoeltz *, Universidade de Santa Cruz do Sul
(2001)
Existe uma grande facilidade para nos servirmos de metáforas e explicarmos as diversas manifestações culturais de nosso tempo. O espelho é uma boa metáfora, para a mídia impressa, pois supõe a correspondência termo-a-termo entre a representação e o objeto representado. A ‘aparência’ do impresso é de extrema importância na preparação de qualquer original. A diagramação faz com que se desenvolva um projeto gráfico manipulando vários elementos que, muitas vezes, são desconsideradas na leitura do impresso. O ordenamento de elementos visuais no impresso esconde discursos e técnicas que são manipuladas, na atualidade, não apenas por profissionais, designers ou diagramadores, mas por qualquer pessoa que domine o mundo da editoração eletrônica.
A mídia impressa
Mesmo com todos avanços tecnológicos os alicerces do design gráfico estão ligados à tradição livreira. O designer gráfico da atualidade não pode simplesmente ignorar as forças que, dentro ou fora do seu campo, influenciaram a forma e a funcionalidade do layout de uma página. A tecnologia da imprensa deu ao homem, com o livro, a primeira "máquina de ensinar", na expressão de McLuhan. De posse do saber e armando com uma perspectiva visual e um ponto de vista uniforme e preciso, o liberta da tribo, a qual explode, vindo, nos dias de hoje transformar-se nas grandes multidões solitárias dos imensos conglomerados individuais. (McLuhan, 1971, p.11) Um meio de comunicação é produto cultural, característico de uma sociedade industrial em que o design gráfico, enquanto tal, necessariamente tem como função transcrever a mensagem a ser transmitida - seja de qual enfoque for - para o código simbólico estabelecido, sob pena de não efetivar-se enquanto prática comunicacional. E, é exatamente por isso que ele surgiu - e por isso surgiu exatamente quando surgiu: a partir da industrialização e da emergência