Um mapa da questão nacional, introdução.
Introdução, Benedict Anderson
O autor inicia seu texto esclarecendo que apesar de o nacionalismo estar em nossa realidade há no mínimo dois séculos e ser uma questão de longo processo analítico, não há um consenso sobre ele. Para Anderson, os autores não “se uniram” para que um consenso fosse formado sobre o nacionalismo, muito pelo contrário, esses autores através de suas obras estavam, como diz o autor, “de costas uns para os outros”. E por esses problemas acerca no nacionalismo é que qualquer apresentação desse tema só pode ser feita de maneira comparativa e genérica. Mais adiante nessa introdução, Anderson começa a citar e comparar opiniões de estudiosos ao longo da história como Lord Acton que defendia que várias nacionalidades revigoram a nação através do contato de raças, que ele acreditava superiores, com raças inferiores. Otto Bauer, por sua vez dizia que as nações eram produtos da história e advinham de séculos de mesclagem social e sexual de grupos diversos; a nação, diz ele, era responsável pela grande transformação que fora capaz de transformar as sociedades antigas em modernas sociedades industriais. Acton, um conservador e Bauer, um socialista, ambos desejavam desvincular a nacionalidade do Estado, sendo que, o primeiro acreditava as nações eram algo natural e o segundo que a nação era produto da história. Nos anos de 1960, os “nacionalismos” em destaques eram aqueles de países pequenos e periféricos, entretanto, não houve época mais significativa para o nacionalismo, afirma Anderson, do que os anos de 1980, nos quais havia uma forte incerteza do mundo. Entre 1970 e 1980 ocorre um grande fluxo de indivíduos de países pobres para países capitalistas, enquanto Mao Tsé-Tung e Josef Stalin veem seus planos socialistas perderem força. Além de um pouco mais tarde ocorrer a inimaginável Revolução Eletrônica que escapa dos Estados Nacionais. Esses