UM FREIO DESNECESSÁRIO NA INTEGRAÇÃO REGIONAL
Ricardo Faro 1
No âmbito da América Latina, desde a eclosão dos primeiros movimentos de independência, os anseios de aliança supranacional sempre foram alimentados pelas nações envolvidas, em razão, sobretudo, da desigualdade apresentada no ritmo e intensidade do desenvolvimento de cada um
desses players, num esforço destinado a neutralizar as
excessivas vantagens
externadas por influentes parceiros na cadeia de intercâmbio multilateral, nas suas respectivas nas trocas econômicas.
Em especial no que diz respeito à América do Sul, o Mercosul pode ser apontado como uma resposta adequada às imposições do mundo globalizado, apesar das dificuldades atualmente experimentadas pelo Bloco, derivadas da histórica fragilidade estrutural de alguns de seus membros, que permanecem sofrendo os efeitos das crises internacionais que persistem em visitá-los. É notório que ao Brasil, devido à sua estabilidade política, tamanho de seu território e população, além do peso de sua economia, potencial energético e nível de desenvolvimento científico e tecnológico, seria legítimo apontá-lo como ponto focal e líder desse processo de integração. No entanto, apesar disso, o natural comando brasileiro acaba não sendo ratificado pelos demais parceiros, devido, talvez, às fortes divergências quanto as premissas que, no entendimento do País, devam nortear os rumos da aproximação subcontinental.
Com efeito, por vezes, observam-se focos de resistência desnecessários ao adensamento das relações entre os atores desse grande teatro, demonstrando que a desejável harmonização de metas ainda está longe de acontecer. Nesse contexto, alguns acontecimentos recentes, embora com reflexos meramente paroquiais, conseguiram se mostrar fortes o suficientes para, senão impedir, retardar avanços significativos no contexto da integração que se quer alcançar.
Como exemplos claros nesse sentido, podemos apontar o caso do petróleo e