Um diálogo possível
Escola de Arquitetura e Design
Ciência e religião: um diálogo possível
Professora Clélia Peretti
Curitiba
2013
Nos últimos 50 anos, a própria comunidade científica vem promovendo a “reconciliação” entre a religião e a ciência, segundo o teólogo Eduardo Rodrigues da Cruz (PUC-SP) fala em uma relação entre ciência e teologia ao invés de ciência e religião. O psicólogo Geraldo José Paiva (USP) diz “Não é uma questão objetiva”, “é como comparar ciência e responsabilidade social ou mesmo ciência e arte”. Esse tipo de comparação levou até mesmo uma das mais importantes organizações internacionais sobre o assunto a mudar o próprio nome, a Sociedade Européia para o estudo da Ciência e da Religião, mudar Religião para Teologia.
Segundo Cruz, a teologia possui um empirismo e uma racionalidade que vão muito além da mera dedução a partir de dogmas revelados, “ A teologia trabalha muito mais com a experiência religiosa do que efetivamente a partir de dogmas”, além disso, “ esses dogmas também são frutos de um longo processo religioso, às vezes com milhares de anos, e essas escrituras que são associadas à revelação divina, não caíram prontas, são resultado de séculos de escrita”.
Geraldo José de Paiva explica que “a Bíblia foi escruita em uma determinada época, com uma determinada cultura, com uma determinada linguagem e segundo certos gêneros literários. Os gêneros literários têm que ser reconhecidos para se saber o que o autor quer dizer”. Paiva diz que a ciência tem uma função importante para as próprias religiões, quando os cientistas dizem que cientificamente não se pode estabelecer uma relação entre dois acontecimentos citados na Bíblia, na verdade “eles estão purificando o conceito”.
Cruz defende uma aliança entre religião e ciência contra abordagens alternativas que caracteriza como hibridas representadas pelos mais populares, o austríaco Fritjof Capra e o medico indiano