Um conto
-Com licença, o senhor poderia me ajudar a colher algumas maçãs?
Ele se levantou rapidamente, cumprimentou a moça, e, num instante os olhares se cruzaram no ar, aqueles olhos verdes, ela nunca tinha visto igual, ele a ajudou com as maçãs, ela um pouco tímida agradeceu, e perguntou:
-O senhor veio para o festival?
-ah, Sim, o festival, eu gosto sim, e vou sim, e a senhorita vai?
Ela fez que sim com a cabeça, deu um risinho escondido, e se retirou.
Ele pegou a moto, e partiu, mas, não esquecia aquela voz, doce e suave acariciando seus ouvidos, a delicadeza da jovem moça, e pensou consigo mesmo “mas que festival é esse? Será que eu a vejo de novo?” Deu meia volta, e retornou ao vilarejo.
O festival já havia começado, e em meio à multidão, a jovem se destacava, com um lindo vestido, e uma coroa de flores, saudando a chegada da primavera. Porém, aquela felicidade iria durar pouco.
Cuidando dos carros alegóricos, e das atrações, um velho senhor não conseguia dar conta de tudo, e de repente, do alto de uma colina, um dos carros, começou a descer, e ia em direção ao campo, onde estavam todos, e no meio do alvoroço, a jovem, tropeçou e não conseguia se levantar em meio á correria de todos.
Ele apavorado, correu em direção á ela, pegou-a nos braços, e saiu dali o mais rápido que pôde. E novamente, estavam os dois embaixo da velha macieira. Os olhares perdidos novamente se encontraram no ar, corações palpitando, uma emoção estranha, uma brisa no ar, a luz do luar, e um beijo aconteceu.
O sol brilhava, já era dia, ela acordou tudo tinha parecido tão real, mas onde ele estava agora? Ela estava sozinha debaixo da árvore, seu amado já havia partido. Partido seu coração. Na estrada, ele pensava o que teria acontecido