UM CONTO DE NATAL
Sentiu o gosto ferroso na garganta, era difícil respirar, tossiu o sangue rubro que obstruía seu fôlego. A mordida do aço em seu peito latejava. Um rasgo atroz que atravessava o seu flanco, rasgando o seu pulmão esquerdo.
Acordou naquela manhã fria ao som dos cornos de guerra, a batalha ocorreria em poucas horas uma vez que era 25 de Dezembro o dia mais curto do ano, os invasores atacariam nessa data por acreditarem que o DeusSol os ajudaria, malditos, ele tinha certeza que a terra de Odin não seria conquistada por um deus estrangeiro, eles a banhariam com sangue e cinzas antes de aceitarem a conquista. Ouviu os tambores e os cornos de guerra ressoarem, a batalha estava cada vez mais próxima. O céu estava cinzento e a neve caía voraz sobre os campos e árvores.
As tropas chamadas de bárbaras começaram a entrar em formação, foi até a frente de sua tropa iria liderar a vanguarda. Não usava o elmo, nem escudo, mas sim um camisão de cota de malha sobre uma pesada camisa de lã de cordeiro e sobre o camisão, usava uma armadura de couro fervido com rebites de ferro e placas de bronze, mas não foi suficiente para deter a estocada ou as flechas cravadas em seu tronco. Liderou a carga com uma formação em cunha até o embate contra uma bem montada parede de escudos, mesmo assim sua ferocidade era tamanha que brandindo seu martelo de guerra conseguiu derrubar o defensor e a partir daquela pequena brecha a formação se desfez. Porém o inimigo era bem treinado e a carga foi rechaçada, a batalha transformouse em um embate homem a homem entre as primeiras fileiras. O inimigo saia de formação apenas para estocar com sua espada e sua cavalaria ligeira atormentava o flanco com cargas seguidas, o
servo de Odin percebeu