Um breve olhar sobre a universidade
Para que o conhecimento científico funcione como mercadoria é necessário, portanto, que sua produção seja quantificada, expressa em números. O que essas considerações sugerem é que as práticas neoliberais de avaliação, com seu viés quantitativo, constituem um dispositivo cuja função é permitir a imposição da forma mercadoria à produção do conhecimento científico.
Em vez de na forma mercadoria, essa origem se localiza agora na própria ciência moderna. O caráter matemático-quantitativo da ciência moderna é naturalmente um de seus traços mais marcantes, especialmente no contraste com o sistema aristotélico. Admitindo o pressuposto de que a ciência moderna é a única forma genuína de conhecimento objetivo da realidade, a conclusão a que se chega é a de que só podemos efetivamente conhecer aquilo que podemos medir.
Segundo Chauí, a avaliação é indispensável porque pode ser a fonte de compatibilização das duas vocações da universidade, a vocação política e a científica, por três motivos: I. Orienta a política para suprir carências, resolver demandas, quebrar bolsões de privilégios e de inoperância; II. Torna a universidade portadora de um saber sobre si mesma, que auxilia a sua luta para defender-se, para exigir