um artigo
1- INTRODUÇÃO É importante pensarmos nas nossas relações sociais cotidianas. O ato de receber algo implica mesmo uma obrigação de retribuir aquilo que nos foi dado? Iniciamos nosso estudo com esta interrogação com o intuito de buscarmos entender as discussões em torno dessa relação de dar, receber e retribuir. Bem diferente de Durkheim, que ficou prisioneiro as preocupações cientificistas de objetivação da realidade social, Mauss buscou compreender em seus estudos e obras, que a sociedade é primeiramente constituída por uma dimensão simbólica, e que existe uma estreita ligação entre o simbolismo e a obrigação de dar, receber e retribuir em todas as sociedades, independentemente de as mesmas serem modernas ou tradicionais. Historicamente Mauss (2003) afirma que está relação tripla, que sugeri implicitamente obrigações de retribuições, é uma prática arcaica, de tradição principalmente dos Polinésios e Melanésios. Este mesmo autor, afirma que tais dádivas são na verdade, uma espécie de sistemas de prestações totais, ou seja, aquele grupo que recebe um bem tem sempre a obrigação de retribuí-lo, sob pena de sofrer alguma sanção.
É importante frisar que no momento de dar o bem, o grupo que está presenteando, não exige nenhuma retribuição, porém, o caráter livre e gratuito de retribuir o presente dado, passa a ter um cunho de obrigação e interesse.
Sendo assim, este artigo será norteado pela seguinte questão: na relação professor/aluno que se forma em sala de aula, é possível observar essa estreita ligação entre o simbolismo e a obrigação de dar, receber e retribuir?
Propomos como objetivo geral para esta pesquisa, analisar e estudar dados históricos que remetem a dádiva e comparar com a relação professor-aluno construída em sala de aula na atual sociedade contemporânea.
Sabemos que a sociedade de modo geral, é regida por significações circulantes, que