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Marc Bloch afirma que as características mais vistas na informação histórica foram muitas vezes descritas. Em sua concepção o historiador, está na impossibilidade de constatar o que ele mesmo estuda.
“Vemos muito bem por que razões a impressão desse distanciamento entre o objeto do conhecimento e o pesquisador impôs-se com tanta força a tantos teóricos da história. É que pensavam antes de tudo em uma história de acontecimentos, até mesmo de episódios: quero dizer, aqueles que, certo ou errado — não é o momento de examinar —, dão extrema importância a retraçar exatamente os atos, palavras ou atitudes de alguns personagens, agrupados em uma cena de duração relativamente curta, em que se concentram, como na tragédia clássica, todas as forças da crise do momento: jornada revolucionária, combate, entrevista diplomática. Conta-se que, em 2 de setembro de 1792, a cabeça da princesa Lamballe havia desfilado na ponta de um chuço sob as janelas da família real. É verdade isso? É falso? O sr. Pierre Caron, que escreveu sobre os Massacres um livro de admirável probidade, não ousa se pronunciar” [..] (página 52) “Ora, assim também muitos outros vestígios do passado nos oferecem um acesso do mesmíssimo nível. É o caso, em sua quase totalidade, da imensa massa de testemunhos não escritos, e até de um bom número de escritos. Se os mais conhecidos teóricos de nossos métodos não tivessem manifestado tão espantosa e soberba indiferença em relação às técnicas próprias da arqueologia, se tivessem sido, na ordem documentária, obcecados pelo relato, ao passo que na ordem dos fatos, pelo acontecimento, sem dúvida os veríamos menos prontos a nos jogar para uma observação eternamente dependente [...]”. (Página 52)
“Do mesmo modo, até nos testemunhos mais resolutamente voluntários, o que os textos nos dizem expressamente deixou hoje em