Tópicos em História Moderna

A sociedade moderna tem como fator mais estudado a posição do indivíduo em relação ao mundo. A teoria da era moderna é o foco no indivíduo, no homem, e o estudo de suas relações em sociedade. Os capítulos três e quatro do livro “O declínio do homem público”, de Richard Sennet fazem uma análise curiosa sobre a relação social dos indivíduos inseridos dentro da França e Londres em meados do século XVIII, onde ele descreve a ponte entre o teatro e a platéia, fazendo a análise da “sociedade” enquanto palco, e os que vivem nela como atores e/ou platéia, ou seja, tanto participativo quanto passivo na relação pública entre seres de sociedade.
Sennet começa sua exposição com a descrição da sociedade como um conjunto de estranhos. O termo “estranhos” é usado pelo autor como explicação da situação dos indivíduos da sociedade do período estudado: seres à parte, inclusos em um mesmo espaço, mas de particularidades diferentes. Sennet também inclui a necessidade de um “estranho” se identificar nesse aglomerado social, não só para ser reconhecido, mas também para reconhecer a si próprio em sua existência.
A alegoria ao público e platéia se baseia na representação e identificação entre esses seres que formam a sociedade. Sennet faz uma abordagem no que chamo de “papel significativo” de uma pessoa em relação às outras, os papéis que derivam tanto a cunho social quanto econômico (que na verdade se confluem constantemente), e modo de agir, se vestir ou como dizer ou se direcionar a uma pessoa, todos esses fatores são as marcas que definem o papel e posição de uma pessoa em sociedade. Mas o inverso também se inclui: o papel e posição de um indivíduo também influenciam nas suas atitudes, modos de dizer e se apresentar, e também no que é esperado de cada um. Ao pensar em um príncipe, logo vêem a mente roupas pomposas e palavras que assegurem sua honra e posição, e também serão as roupas pomposas e postura (além da imagem da coroa) que identificarão à pessoa a imagem de príncipe.
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