Técnica dietética - fibras
Em 400 AC, Hipocrates já mencionava os efeitos benéficos da fibra alimentar (FA). Por volta de 1920, Kellogg verificou seu efeito positivo, porém McCance e Lawrence consideraram a FA como parte não-digerivel de alimentos de origem vegetal que irritava o intestino. Trinta anos mais tarde, Cleave relacionou certos tipos de doenças com a deficiência na ingestão de FA. No final da década de 60, Burkit observou que a população africana que consumia dieta rica em FA não era acometida por certos tipos de doenças, como câncer de colón, mais comum entre sociedades ocidentais mais desenvolvidas, onde o consumo de FA era menor. Nos anos 70, Walker verificou que a população negra do sul da África, que consumia farinha de milho não refinada e com elevado conteúdo de FA, tinha menos risco de doenças como ateroscleroses, hemorroidas e câncer de colón.
Resultado similar foi observado por Trowell, em 1976. No final do século XX cresceu o interesse da comunidade cientifica em estudar o conteúdo de FA e os efeitos de sua ingestão pelo homem, pelas observações de que dietas pobres em FA eram frequentemente associadas a doenças coronarianas, diabetes, doenças diverticulares e câncer de colón, além de uma série de outros distúrbios do trato gastrointestinal. Os efeitos da FA são decorrentes não da sua assimilação pelo organismo, mas principalmente pela sua natureza indigerível, desempenhando papel importante em vários processos fisiológicos, na prevenção de doenças de diferentes etiologias e recentemente exercendo a função de ingrediente funcional. Apesar das investigações e descobertas ao longo dos anos sobre FA, existem muitas discussões e controvérsias sobre sua definição, método de análise, propriedades e aspectos funcionais.
A fibra alimentar consiste de carboidratos nao-digeriveis e de lignina presentes de forma intrínseca e intacta nas plantas. Fazem parte de a fibra alimentar a celulose, a pectina, as hemiceluloses, as gomas, as β-glucanas, o amido resistente