turismo
A CULTURA DA IMAGEM ESPETACULAR NO TURISMO
Um estudo sobre a formatação cênica dos produtos turísticos
André Luiz Piva de Carvalho 1
Resumo
O turismo, ao se estruturar por signos imagéticos em seus dispositivos promocionais e na efetiva prática de suas atividades, é caracterizado como produto cultural e mercadoria eivada de fetiches, segundo a concepção marxista, compondo um plano simbólico emblemático desta dita “civilização das imagens”, com representações eivadas de clichês, alegorias e mimeses, numa perceptível inflação icônica que promove a distorção e a manipulação em suas enunciações na mídia e nos seus cenários e paisagens, impedindo a revelação da realidade das práticas turísticas, impondo-nos um desafio para entender seu caráter de persuasão e dissimulação, principalmente por se tratar de imagens referentes à “fantasia do ir e vir”.
Palavras-chave: imagem, turismo, produto cultural, simulacros.
Introdução - Civilização de imagens
A imagem sempre foi o produto da visão, o sentido mais explorado e valorizado na comunicação humana, na sua forma mais direta, prática e pessoal, aquela que nos faz ver o mundo identificando seus objetos e nos guia em toda nossa movimentação física, como também o recurso, a forma de compreensão mais simples e fácil empregada pelo homem na comunicação interpessoal não oral.
Segundo Jacques Aumont, baseado nas teses gestaltistas de Arnheim:
De todos os atos do pensamento, é privilegiado o pensamento visual: de todos os nossos sentidos, a visão é o mais intelectual, o mais próximo do pensamento, e talvez o único cujo funcionamento esteja de fato próximo ao do pensamento.
(Aumont: 1993, p. 93)
O percurso histórico da civilização apresenta curiosas e interessantes informações sobre a importância da imagem