Turismo bem supérfulo
Wolfe (1995 apud DUPAS, 1999, p. 17), ao analisar a exclusão, apresenta a seguinte metáfora: a sociedade está dividida em três grupos - os que têm cartão de crédito, os que não tem, mas gostariam de ter, e os que nunca ouviram falar em cartão de crédito. No primeiro grupo estão os permanentemente incluídos, os que podem consumir e conseqüentemente fazer turismo. Na segunda categoria estão os que não têm o cartão de ingresso, mas desejam tê-lo. Estão excluídos apesar de partilharem os valores da sociedade consumista, não conseguem o visto de entrada, mas sonham e aguardam fora da “pista”, em “arquibancadas” cada vez mais concorridas, uma oportunidade. Por último estão os totalmente excluídos que assistem ao percurso pela televisão, são os de exclusão efetiva. O sentimento de exclusão é mais presente no segundo grupo, mas, a sensação de exclusão cresce a cada dia nos dois últimos grupos. Assim, os impactos da exclusão estão nas pessoas e em todos os lugares, ainda que a exclusão efetiva e a sensação de exclusão no Brasil, no Nordeste, nos países periféricos sejam diferentes dos experimentados nos chamados países centrais. Uma exclusão leva à outra e assim os excluídos do mundo do trabalho também ficam excluídos do mundo das viagens, do turismo.
No Relatório da Organização Internacional do Trabalho - OIT, acerca de Exclusão Social no Mercado de Trabalho, no Ceará (SANTOS; HOLANDA; ARAUJO, 1999), o termo exclusão compreende aqueles que se encontram desempregados há mais de um ano, os que não são qualificados profissionalmente para o trabalho e os migrantes. A partir dessas três categorias, passaram a ser considerados excluídos: os pobres, os "novos pobres", os jovens de bairros afastados, os desempregados, os analfabetos, os anciãos pobres, os deficientes, os doentes mentais, os soropositivos e os doentes de AIDS. Nessas condições como fazer parte da demanda turística?
Turismo de Terceira Idade - Ceará
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