Tupac Amaru Tupac Amaru I (morto em 24 de setembro de 1572) foi o último líder indígena do povo inca da época da conquista espanhola. Filho de Manco Inca Yupanqui (também conhecido como Manco Capac II), foi feito sacerdote e guardião do corpo de seu pai. Depois de seu meio irmão, o Inca Titu Cusi, morrer em 1570, Tupac Amaru assumiu o título de supa inca, na época em que o Império Inca já havia perdido a capital Cuzco e resumia-se apenas à região de Vilcabamba, dezenas de quilômetros ao norte de Cuzco. Durante um ataque dos espanhóis a Vilcabamba, Tupac Amaru fugiu em direção à Amazônia, sendo capturado e depois assassinado pelo vice-rei espanhol. Seu nome e sua história inspiraram o movimento revolucionário Tupamaro. A instalação do sistema colonial hispânico na América foi marcada por um processo massivo de eliminação de boa parte das populações indígenas que aqui viviam. No entanto, conforme assinalado pelo poeta chileno Pablo Neruda, a “cruz”, a “espada” e a “fome” não foram suficientes para encerrar as resistências da população indígena frente ao colonizador espanhol. No século XVIII, a infiltração das idéias iluministas e liberais só vieram a potencializar essa relação de conflito entre índios e espanhóis. Ao mesmo tempo, não podemos criar uma idéia absoluta de que toda a população indígena era radicalmente contra o processo de dominação espanhola. Para ampliar a mão-de-obra disponível, muitos colonizadores empreendiam acordos com as lideranças indígenas locais. Os chamados caciques ou curacas, líderes máximos das comunidades indígenas, eram acionados pelos espanhóis para garantir a dominação sobre uma determinada população nativa. Em troca do apoio ao colonizador espanhol, o curaca recebia parte dos impostos arrecadados ou a não obrigação do trabalho compulsório impostos pelos espanhóis. Dessa forma, os colonizadores vislumbravam manter as estruturas da dominação colonial sem a necessidade de empreender uma desgastante