Tudo sobre a parceria china-africa
Chineses anunciam 20 bilhões de dólares em investimentos na África, reafirmando interesse nas matérias-primas do continente. Africanos precisam definir quais vantagens querem da parceria, como transferência de know how.
Gigantescas reservas de alumínio e de minério de ferro ainda repousam debaixo da terra em Guiné, no oeste africano. Os parcos recursos e a falta de infraestrutura impedem o país de explorar melhor suas matérias-primas. Os chineses estão mudando esse quadro, segundo Amara Camara, embaixador da Guiné na França.
"A China é um grande parceiro nosso, que nos acompanha em nossos projetos de mineração", explicou Camara em entrevista à Deutsche Welle. Os chineses também estão construindo uma usina hidrelétrica em Kaleta que com suas três poderosas turbinas deverá resolver os problemas de eletricidade do país a partir de 2015.
Guiné é apenas um exemplo da participação chinesa em diversas áreas na África. Já há algum tempo, há engenheiros chineses em Angola, África do Sul e Nigéria. Também em regiões remotas do continente eles estão construindo estradas e barragens e abrindo túneis em minas. Obras estas financiadas com recursos de Pequim.
Combustível para as máquinas
O especialista em economia africana e ex-primeiro-ministro da República Centro-Africana Martin Ziguélé não se surpreende com a ambição chinesa de duplicar seus investimentos na África. Novas obras de infraestrutura e empreendimentos econômicos no continente deverão receber 20 bilhões de euros de Pequim nos próximos três anos. Segundo ele, a China está atrás de matérias-primas e de mercados para sua produção.
Ziguélé destaca que, como a economia chinesa anda bastante aquecida, ela precisa de combustível novo para continuar funcionando, como uma máquina a vapor. "Por isso os chineses estão se transferindo para a África, em busca de matérias-primas", avalia.
É exatamente isso que vem preocupando muitos africanos. Críticos afirmam que,