Tuberculose pulmonar
EPIDEMIOLOGIA E PATOGÊNESE
DEFINIÇÃO - EPIDEMIOLOGIA
1. Introdução A tuberculose é uma doença infecciosa crónica causada pelo bacilo aeróbico Mycobacterium tuberculosis, cuja característica principal é a preferência pelo parênquima pulmonar e a transmissão de pessoa para pessoa através da inalação de partículas infectadas por este bacilo. A tuberculose há milénios afeta a humanidade... Existem documentos arqueológicos mostrando indícios de tuberculose óssea no período neolítico (5.000 a.C. a 4.000 a.C.) e no Egito Antigo. Na história, os primeiros relatos escritos sobre a tuberculose, encontrados na índia, datam de 700 a.C. Hipócrates, o famoso médico grego, utilizou a denominação phithisis para a doença, termo que significa 'derreter', 'liquefazer', 'esvair-se', dando a base etimológica para os termos 'tísico' e 'tisio'. Aristóteles foi quem descreveu pela primeira vez a sua natureza contagiosa, confirmada pela descoberta de Koch no século XIX do agente etiológico - o Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch (BK). Surgia a 'tisiologia' - um importante ramo da medicina. Após a Revolução Industrial, em pleno século XVHI e início do século XIX, as circunstâncias epidemiológicas de agregados urbanos elevaram muito os números da doença, que então tornou-se a responsável pela quarta parte de todos as mortes na população adulta europeia - era chamada a 'praga branca'. Até a descoberta e desenvolvimento das drogas tuberculostáticas, o tratamento da tuberculose baseava-se no repouso ao ar livre em 'sanatórios' especializados, onde metade dos pacientes falecia. A radiografia de tórax logo demonstrou a natureza cavitária da doença e o tratamento de alguns pacientes incluía a cirurgia de obliteração da cavidade infectada ou 'caverna tuberculosa'. Em 1946, a estreptomicina passou a ser utilizada para combater o bacilo, já mostrando algum sucesso. Em 1952, surgiu a isoniazida e, em 1970, a rifampicina, estes últimos revelando-se agentes