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Renée Pereira - O Estado de S.Paulo
A casa do brasileiro tem ganhado toques cada vez mais internacionais. Depois da invasão de eletroeletrônicos, agora são os materiais de construção que atravessam o oceano para montar e decorar as residências nacionais. Do aço usado para levantar o imóvel aos materiais de acabamento, como portas, pisos, fechaduras e louças sanitárias, tudo tem sido comprado no exterior.

Até 2007, a balança comercial (exportações menos importações) do setor era positiva em mais de R$ 1 bilhão. A partir de 2008, com a forte expansão da construção civil e a valorização do real, a posição começou a se inverter. No ano passado, as importações superaram em R$ 1,1 bilhão as exportações do setor.
Para 2010, a expectativa é que esse número dobre e atinja R$ 2,3 bilhões, segundo estimativas da FGV Projetos no estudo "Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais e Equipamentos, da Abramat (associação que representa o segmento). Na avaliação da coordenadora de Projetos da FGV Projetos, Ana Maria Castelo, por trás desses números está o chamado custo Brasil, que inclui carga tributária alta, câmbio valorizado e falta de infraestrutura. Juntos, esses fatores encarecem e reduzem a competitividade do produto nacional.
Mas, por enquanto, diz Ana Maria, as importações têm ajudado a evitar uma explosão de preços. Mesmo assim, até setembro, o índice que mede a variação dos preços dos materiais de construção já acumulava alta de 6,94%. "É preciso ficar atento se as importações estão complementando ou substituindo o produto nacional, o que incentivaria a desindustrialização."
Embora as expectativas de investimentos continuem em alta - em setembro, 78% das indústrias de materiais pretendiam investir nos próximos 12 meses -, a forte demanda do mercado interno tem provocado efeitos colaterais. Além da alta dos preços, a entrega de produtos tem ocorrido em prazos maiores, de até 60 dias. Segundo o presidente da Abramat, Melvyn Fox, o nível de

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