Trovadorismo
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Contextualização
A primeira época da Literatura Brasileira, o Trovadorismo ou a
Primeira Época Medieval, estende-se de 1189 (ou 1198), possível data da
Canção da Ribeirinha, cantiga de Paio Soares de Taveirós, tratada como o mais antigo texto escrito da literatura de Portugal; até 1434, com a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, fato que deu início ao Humanismo.
A sociedade feudal foi o pano de fundo para o desenvolvimento de uma literatura nascida dentro dos castelos, aliada à música que os jograis executavam em instrumentos. A Europa cristã, as organizações das Cruzadas, a luta contra os mouros na Península Ibérica, o poder descentralizado, o poder espiritual nas mãos da igreja católica, detentora da cultura e responsável pelo pensamento teocêntrico (Deus está no centro de tudo); tudo sendo refletido na cultura trovadoresca.
A nova moda poética veio do sul da França, consistia em compor poemas para serem cantados. O poeta trovador escrevia a letra e compunha a canção e o jogral, acompanhado de alaúde, flauta, harpa ou lira, ficava responsável por sua execução. Desse modo surgiram as cantigas trovadorescas. •
Tipos de Cantigas
1. Cantigas Líricas
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Cantigas de amor
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Cantigas de amigo
2. Cantigas Satíricas
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Cantigas de Escárnio e de Maldizer
As Cantigas de Amor são direcionadas do homem para a mulher, esta vista como um ser superior inatingível, por isso as cantigas são lamentativas e o amor impossível de ser concretizado. Nesse tipo de cantiga o trovador se dirige com vassalagem amorosa à dama adorada, tratando-a de
“mia dona” ou “senhora”. Veja no texto de Joan Garcia de Guilhade como a mulher é tratada e como é constante o sentimento de dor, do amor como prisão e como isso é refletido na sociedade feudal, o vassalo como poeta e a
“senhora” é sua amada.
“Senhora, enquanto eu viver,
Estes meus olhos nunca perderão
O ar de tristeza que têm;