Trovadores
Exemplo :
A dona que eu sirvo e que muito adoro
Mostrai-ma, ai Deus! Pois que vos imploro,
Senão dai-me a morte.
Essa que é a luz destes olhos meus
Por quem sempre choram, mostrai-ma, ai Deus!
Senão dai-me a morte.
Essa que entre todas fizeste formosa,
Mostrai-ma, ai deus! Onde vê-la eu possa,
Senão dai-me a morte.
A que me fizeste amar mais que tudo,
Mostrai-ma e aonde possa com ela falar,
Senão dai-me a morte.
Diferente da cantiga de amor a cantiga de amigo tem o eu lírico feminino, onde o trovador assume o ponto de vista de uma mulher, solteira, e que sempre se confidencia diretamente com sua mãe, irmãs, ou elementos da natureza, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserana x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra.
Exemplo :(de D. Dinis)
"Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado! ai Deus, e u é?"
Cantigas de amigo: têm origem popular, eu-lírico feminino e marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão e estribilho). Esses recursos, típicos dos textos orais, facilitam a memorização