troll
Poderíamos dizer que o documento possui algumas afinidades com a perspectiva hermenêutica gadameriana. Para o filósofo Gadamer (1997), toda compreensão é um exercício hermenêutico e o estudo da linguagem é o caminho para a análise dos significados. O autor define que a linguagem é o que constitui o ser como ser de relações: a linguagem é a "casa-do-ser". Desta forma, linguagem e realidade estão profundamente articuladas. O mundo só é "mundo" na medida em que vem à linguagem e a linguagem é real na medida em que o mundo é nela representado, constituindo implicitamente o pressuposto que a linguagem constitui caráter universal do humano (Heckman, 1986).
Nesta perspectiva, humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética, em outros termos, o sofrimento, a dor e prazer expressos pelos sujeitos em palavras necessitam ser reconhecidas pelo outro (MS, 2000a), dado que as coisas do mundo só se tornam humanas quando passam pelo diálogo com os semelhantes (Betts, 2003). Cembranelli (2003) argumenta, neste modelo de entendimento intersubjetivo, que no projeto de humanização se vislumbra uma nova ética, ancorada no princípio da linguagem e na ação comunicativa. Cabe ainda lembrar que a comunicação não verbal também figura como expressão do humano e de sua busca por ser compreendido (Silva, 2002).
A possibilidade comunicacional passa, então, a constituir a referência conceitual mais importante, pois como