Trilogia de Freud
No setting clínico o paciente desvendará seus conteúdos repreendidos no passado, as ações do cotidiano são repetições do passado. O terapeuta apontará estas ações repetidas e fará um enlace com os fatos ocorridos, com isto, o paciente recordará dos fatos presentes realizando uma ligação com sua história de vida. Desta forma, estas recordações serão elaboradas pelo paciente a fim de que haja a compreensão de suas ações para uma “mudança” nas ações futuras que também será repetida – de alguma forma – um ciclo eterno.Existem situações em que o paciente não recorda o que esqueceu e reprimiu, mas o expressa pela atuação. Ou seja, ao invés de recordar, o paciente age, sem saber o que faz ou porque faz. Reproduz não como lembrança, mas como ação, sem saber que está repetindo. É a partir das reações repetitivas através da transferência, que é possível percorrer ao longo dos caminhos familiares até o despertar das lembranças, que aparecem após a resistência ter sido superada. Quanto maior a resistência, mais a atuação, ou seja, a repetição substituirá o recordar. Assim, no texto de Miller, ele vem dizer que algo proporcionado efetivamente pela psicanálise é que a vida é fundamentalmente uma repetição, que temos a ilusão do novo, mas, de fato, a vida é constituída pela repetição. Dessa forma, precisamos de uma psicanálise para notarmos esses limites tão estreitos em que estamos capturados por um número extremamente limitado de significantes. No que se refere a isso, não somente somos pouca coisa, mas também vivemos em um sonho.