TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO
Em 1500 quando Pedro Álvares Cabral e sua esquadra desembarcaram aqui no Brasil, foi realizada uma missa comemorativa para celebrar a tomada de posse da nova terra. Em seguida, o escrivão Pero Vaz de Caminha comentou em uma de suas cartas ao rei de Portugal:
‘’Parece-me gente de tal inocência que, se nós os entendêssemos, e eles a nós, seriam logo cristãos, porque, segundo parece, não têm eles nenhuma crença. [...] Portanto, Vossa Alteza, que tanto deseja fazer crescer a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. [...]
CAMINHA, Pero Vaz de [1500].
A carta de Pero Vaz de Caminha. São Paulo: Moderna, 2000 p.54
A preocupação de Caminha com a catequização dos índios explica-se pela estreita ligação da Igreja ao Estado, uma vez que as duas instituições eram unificadas, ou seja, defendiam interesses comuns nas esferas: religiosa, política e econômica. Desse modo, aliada ao governo de Portugal, a Igreja Católica dedicou-se na tarefa de colonizar e evangelizar os habitantes do Novo Mundo.
Nesse contexto, vale lembrar que a Europa Ocidental viveria a partir de 1517 a Reforma Protestante, movimento religioso que quebrou a unidade da Igreja de Roma. Assim, os grandes interesses dos governos da Península Ibérica eram a expansão de seus domínios e a divulgação da fé católica entre os povos da Europa Oriental, da Ásia, da África e da América.
Entre as determinações feitas pelo rei D.João III para Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, estava a de converter a ‘’gente das terras do Brasil á nossa Santa Fé Católica. ’’ Para cumprir essa tarefa, o governador chegou a colônia em companhia dos primeiros jesuítas, cuja missão inicial foi a catequese dos indígenas. Inquisição
O Tribunal da Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício assumiu praticamente os mesmos objetivos da Reforma católica, impedir o avanço do protestantismo, combater os saberes que se contrapunham ao catolicismo e perseguir as manifestações culturais e