Tribologia Felipe
Tanto Hutchings como Bhushan começam por tentar dar uma definição do atrito. Ambos definem dois tipos de movimento relativo, o rolamento e o escorregamento, e concordam que o atrito corresponde à força tangencial resistiva que age em direção oposta ao movimento de um corpo sobre o outro. Hutchings e Bhushan apresentam as chamadas “leis do atrito”, que foram definidas por Leonardo da Vinci e depois redescobertas por Amontons quase 200 anos depois. Essas leis não são empíricas; logo, seu não cumprimento não implica em violação de leis naturais
A primeira lei do atrito estabelece que a força de atrito é proporcional à carga normal e que o coeficiente de atrito independe da carga normal. Ela é dada pela seguinte fórmula: F=µ.W (1) Onde F é a força de cisalhamento (N), µ é o coeficiente de atrito adimensional e W é a carga normal aplicada (N). Esta lei vale para muitos materiais lubrificados e não-lubrificados, não valendo, contudo, para polímeros. Segundo Hutchings, µ varia em uma ampla faixa de valores, indo de 0,001 até 10, mas normalmente encontra-se entre 0,1 e1.
A segunda lei do atrito diz que a força de atrito independe da área de contato aparente. Esta lei não vale para polímeros ou materiais com superfícies muito moles e limpas (já que nesta última situação, a área de contato aparente é igual à área de contato real).
A terceira lei de atrito estabelece que a força de atrito é independente da velocidade. Em alguns casos, contudo, ela não é valida, já que µ cai um pouco com o aumento da velocidade de deslizamento. Para muitos metais e não-metais, a sua resistência é maior em maiores taxas de distorção, o que resulta numa menor área de contato e num menor coeficiente de atrito. Entretanto, altas cargas normais e velocidades de deslizamento resultam em aumento da temperatura, o que pode reduzir a resistência dos materiais devido à fusão localizada das superfícies (que reduz a força de