Tribalismo pós-moderno na era digital
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL
Tribalismo Pós-moderno na Era Digital
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Tauana Mariana Weinberg Jeffman2
Autores como Pierre Lévy (2003) afirmam que por meio da internet, a humanidade volta a reencontrar-se definitivamente, após os deslocamentos dos continentes terem nos afastado. Dominique Wolton (2004, p. 150) é convicto de que caminhamos a passos largos para “solidões interativas”, onde o indivíduo pode participar ativamente de sua sociedade e conviver com outras pessoas por meio da internet, mas não as vive, não as sente, não as toca. Contudo, a sociedade se encontra em um único espaço, o ciberespaço, e na medida em que esta se encontra, também se separa e se reagrupa. Agora, as separações dos grupos, ou das tribos, não estão mais a mercê das fronteiras geográficas. Hoje, é possível pertencer à tribo que melhor convém, pois a separação é constituída pelo simbólico e não mais por espaços territoriais.
Deste modo, as comunidades estão se tornando “desterritorializadas”, reunindo
“pessoas que se interessam pelos mesmos temas, paixões, projetos, objetos, posturas, ideias, etc., independente de fronteiras geográficas e institucionais” (LEMOS, 2010, p.
105, grifo do autor). André Lemos (2010) ressalta que a sociedade vive em um
“território virtual” com “proximidades semânticas”, pois as distâncias físicas passam a ser irrelevantes e os “povos não serão mais nem de sangue, nem de solo”. Nesse contexto, Duncan Watts (2009) e Lászlo Barabási (2009) afirmam que a sociedade organiza-se em “mundos pequenos”, pois as pessoas têm a tendência a conviver, socializar e unir-se com aqueles que se assemelham a elas, ou possuem algo em comum.
Assim, a sociedade se organiza em vários pequenos mundos, que se unem, uns aos outros, por meio de alguns atalhos. Entende-se que tais mundos, são respectivamente, as tribos às quais Michel Maffesoli (1998) refere-se, ao acreditar nas