Trem das Onze - passado e futuro
Luiz Alberto Greff *
Exemplo do surgimento, contribuição ao desenvolvimento regional e do crime da extinção das ferrovias brasileiras, a Estrada de Ferro Cantareira, cantada em Trem das Onze, de Adoniran Barbosa, poderia voltar com o revolucionário Aeromóvel, do brasileiro Oskar Coester.
No dia 25.7.1877, na Rua de São José 16, atual Líbero Badaró, casa de Antonio Rodovalho, pioneiros discutiram um novo saneamento básico para a Imperial Cidade de São Paulo, que não tinha esgoto nem água encanada. Ali, nasceu o embrião da Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.
Um ano após, eles criaram a Companhia Cantareira e Esgotos, inspirada em fonte que abastece cântaros, vasos bojudos com gargalo e duas asas. O desafio era fazer uma represa no alto da Cantareira, a 900m de altitude, em mata virgem. Com ferro e cimento vindos da Europa ao Porto de Santos e subidos ao Planalto Paulista pela genial São Paulo Railway dos ingleses, ex-Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, até a Estação Pari, quase centro de São Paulo, a 13km da represa. E puxados, ao alto desta, por juntas de bois.
Em 17.8.1892, o Estado encampou a Cia. Cantareira. A represa estava quase pronta e faltava a adutora para conduzir a água.
Para isso, o governo implantou uma linha férrea urbana de serviço, "tramway", provisória e movida a lenha, para construir a adutora em concreto armado. O Tramway, projetado por ingleses e adquirido na Inglaterra, operou em 09.11.1894, do Pari à Cantareira, com estações Parada Zero (após, Tamanduateí, diante do atual Liceu de Artes e Ofícios), Areal (atual Metrô Carandiru), Santana, Santa Terezinha, Mandaqui, Invernada, Tremembé, Parada Sete, Parada Viana, Parada Santa; e a variante Invernada, Parada Pinto, Parque Modelo, Pedra Branca, Horto Florestal, Tremembé. Em 1897, fez-se o Ramal e Estação Jorge Miranda, no leito dessa rua, da Parada Zero à Avenida Tiradentes.
O desenvolvimento
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