Treinamento comportamental e técnico andam juntos
Uma das jornalistas mais conhecidas do País tinha um grande medo: fobia de avião. No ano passado, Fátima Bernardes admitiu que precisou passar por um trabalho com abordagem comportamental para superar o pânico, adquirido quando engravidou de seus três filhos. Este foi um típico caso de limitação pessoal que chegou a atrapalhar a vida profissional da jornalista: como não conseguia voar, suas tarefas de apuração de notícias à frente do Jornal Nacional ficaram comprometidas. Somente em 2002 ela viajou pela primeira vez curada da fobia, ao cobrir a Copa do Japão. O caso da jornalista ilustra uma das benesses da chamada abordagem comportamental. Introduzida em 1947 nos Estados Unidos, a teoria admite que os aspectos comportamentais influenciam a capacidade motivacional dos colaboradores. Logo a seguir, começaram a surgir treinamentos voltados para esta realidade, que se propunham a melhorar características de comportamento para que a motivação para o trabalho crescesse. No caso da jornalista, apesar de não ter passado exatamente por um treinamento, foi este estilo de abordagem que melhorou uma limitação que atrapalhava seu trabalho. O mesmo vale para executivos que precisam desenvolver características como auto-estima, comunicação, timidez etc. Porém, a aplicação de técnicas e treinamentos comportamentais não deve nem pode substituir abordagens mais tradicionais, a exemplo dos eventos de atualização técnica. Na Yamaha, por exemplo, os dois andaram juntos por um período de nove meses, quando a empresa descobriu que seus funcionários precisavam se conhecer melhor. De acordo com o CEO da consultoria Thomas International, Victor Martinez, responsável pela condução do processo, com o passar do tempo, à medida que as devolutivas dos colaboradores sobre o curso comportamental eram coletadas, pôde-se perceber que havia algumas carências de atualização técnica que podiam ser melhoradas a partir de mudanças de