Traçando uma visão da sociedade sobre os escravos
Letícia Ayoub Amorim1
Resumo: O presente artigo visa mostrar como o periódico O Pharol influenciou na criação de um imaginário em torno do escravo urbano. Para chegar neste objetivo serão apresentados exemplos dentro do próprio periódico e, também, serão baseados nos principais trabalhos que focam na forma como o escravo vivia e lidava com o cotidiano na segunda metade do século XIX na cidade de Santo Antônio do Paraibuna, atual Juiz de Fora.
Introdução:
Nas margens do Caminho Novo, no início do século XVIII, surgiam povoados devido ao grande número de pessoas que passavam pela região, dentre eles, Santo Antônio do Paraibuna, que somente em 1865 se tornaria Juiz de Fora. Observa-se neste período que várias transformações econômicas, políticas, sociais e culturais aconteciam naquele local, devido ao intercâmbio cultural e econômico, e também pelo fato da proximidade que a região tinha com a Corte. Distanciando-se da imagem do ouro e do barroco que Minas Gerais carregava, Juiz de Fora passa a se destacar nacionalmente, em meados do século XIX, com a expansão cafeeira da Zona da Mata. Devido a esta expansão neste período, percebe-se que a região sudeste tornou-se grande importadora de mão-de-obra escrava.
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Graduanda do curso de História na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Pesquisa direcionada para conclusão de disciplina relativa à História do Brasil Império.
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Com o surgimento da imprensa em Minas Gerais no ano de 1823, percebemos que foi de extrema importância, no momento, de definir e apresentar transformações sociais. Assim sendo, na cidade de Juiz de Fora, mais próximo ao final do século XIX, houve o início de seus primeiros impressos. Segundo Paulino de Oliveira, os pequenos jornais que circulavam inicialmente na cidade, provavelmente, não seriam impressos em Juiz de Fora já que não há referências sobre a existência