Traumatismo Raquimedular A coluna vertebral é uma pilha de ossos chamados vértebras ligadas por articulações e separadas por discos de cartilagem. Essa pilha de vértebras foi organizada pela evolução da espécie para servir de apoio a outros ossos do esqueleto e proteger a medula espinhal, que passa por um canal no interior da coluna e de onde saem os nervos responsáveis por todos os nossos movimentos e sensações. A coluna é composta por 33 vértebras: sete cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas. Nos intervalos entre uma e outra, saem os nervos que, de cima para baixo, vão enervar os vários segmentos do corpo. Trauma Raquimedular é a lesão da medula espinhal que provoca alterações, temporárias ou permanentes, na função motora, sensibilidade ou função autonômica. Um acidente ou um trauma continuado podem romper uma vértebra e pressionar (imagem 1) , seccionar ou destruir (imagem 2) a circulação interna da medula espinhal em alguma altura da coluna vertebral. Como conseqüência, a parte do corpo que fica abaixo da lesão irá sofrer comprometimento da motricidade e a pessoa perderá muito dos movimentos e sensações. As lesões cervicais freqüentemente causam diminuição permanente da qualidade de vida, sendo a principal causa de seqüela seguida aos traumatismos. A maior incidência dos traumatismos cervicais ocorre nos adolescentes e adultos jovens, resultando em grande perda para a sociedade. Estima-se que aproximadamente 60% dos casos ocorram em indivíduos na faixa dos 15 aos 30 anos. E 2/3 dos traumas raquimedulares acontecem na coluna cervical. Cerca de 20% dos pacientes com lesões raquimedulares graves podem ter lesões em outros níveis não contíguos. Freqüentemente ocorrem lesões simultâneas, com trauma torácico e abdominal, ou lesões vasculares (carótida e artérias vertebrais), associadas a fraturas da coluna vertebral. Esse é um problema gravíssimo de saúde e, o que é lastimável, bastante prevalente em nosso meio.