TRAUMAS HUMANOS
São fatos e situações que surpreendem o indivíduo ou, ao contrário, arrastam-se por um período de tempo longo até a exaustão. Desastres naturais, acidentes em geral, doenças, procedimentos médicos e hospitalares de rotina, perdas de seres amados, ataques de animais, assaltos, abusos, torturas, guerras, etc., configuram-se como eventos traumáticos que podem ou não causar traumas.
Quais as reações biológicas frente a eventos traumáticos?
Luta ou fuga são as reações naturais dos animais - dos insetos até os seres humanos - frente a um perigo ou ameaça. Quando estas respostas autonômicas não são possíveis, ocorre a imobilidade tônica, potencializada pelo medo. São estados de congelamento e paralisia. É o "fingir de morto" como defesa última frente ao aniquilamento.
Quando um evento traumático vira trauma?
Surpreendentemente o trauma não tem origem no evento traumático em si, mas na resposta do sistema nervoso que foi possível dar ao acontecimento tanto naquele momento, quanto seqüencialmente. Quando a pessoa não tem condições de agir frente a um perigo (luta, fuga ou mesmo congelamento), a resposta fica incompleta e o sistema nervoso se desorganiza, falha e aí o trauma se instala. O organismo perde as capacidades naturais de autorregulação, que faz a vida fluir. O denominador comum do trauma é um sentimento de medo intenso, impotência e perda de controle.
Qual seria uma vivência aparentemente banal do dia-a-dia que pode vir a ter conseqüências mais sérias?
Imagine uma criança "voando" alegre no balanço. De repente a corda arrebenta e a criança é lançada no chão. O susto e a dor são grandes, mas felizmente não houve seqüelas sérias. Dependendo do que ocorre no momento, o evento configura-se apenas como traumático ou transforma-se mesmo em trauma.
Como o evento acima pode resolver-se sem trauma?
O familiar, que está perto, vai até a criança, abaixa-se e fica ali dando apoio. Pede para ela ficar quietinha no chão até o susto