Tratamento paliativo
Catalogação (CIP): Maciel, Maria Goretti; Ferreira, Samio; Cruz, Maria das Graças Mota. Tempo de Amor. Editora Difusão 2007, São Caetano do Sul, SP.
A morte permanece em nosso dia-dia, independente de suas causas e formas assistida nos hospitais e instituições de saúde como um fracasso contra o qual se deve lutar. Deixando de lado a heróica ideologia surge um novo panorama compondo as instituições de saúde, ainda bem pouco conhecida no Brasil, é uma especialidade médica na Inglaterra desde 1987 e nos países desenvolvidos já esta consagrada na literatura médica – o tratamento paliativo.
Este livro aborda a filosofia dos cuidados paliativos, em que o doente é mais importante que a doença e tem também o objetivo principal de divulgar esse modelo de Medicina.
Diferente do modelo paliativo, no modelo curativo, o diagnóstico, o tratamento e a cura das doenças são os objetivos. O grande avanço cientifico e tecnológico da Medicina levou à perseguição obstinada desses objetivos, ou seja, a obstinação terapêutica. A doença tornou-se mais importante que o próprio doente, a humanização foi perdida.
A morte é negada, é vista como um inimigo a ser combatido a todo custo.
A Medicina tornou-se intervencionista até e mesmo no momento da morte, muitos pacientes crônicos acabam sendo encaminhados para unidade de terapia intensiva e recebendo procedimentos de prolongamento artificial de vida (distanásia).
Quando a terapêutica com intenção curativa se esgota, é comum os médicos declararem aos pacientes: “não há mais nada para se fazer”, iniciando-se nesse momento a morte social, antes da morte biológica.
Normalmente estes pacientes são renegados dentro do contexto hospitalar: isolados em quartos distantes dos outros pacientes, suas visitas médica e de enfermagem costumam ser menos freqüentes e mais curtas, alem de serem os últimos a receberem medicações e banho.
No modelo paliativo, curar perde a relevância. Ajudar